Resenha do Filme O Labirinto do Fauno
By Maria Eduarda {@mariaeduardamichael} - junho 29, 2016
Opa! A Coluna da Elisa hoje traz a resenha do filme incrível e sombrio O Labirinto do Fauno.
O Labirinto do Fauno é um filme espanhol de 2006, dirigido por Guilhermo Del Toro (aliás, para quem não conhece, esse diretor espanhol faz ótimos filmes de terror). É uma mistura de suspense, fantasia e conto de fadas sombrio (adoro qualquer atmosfera que envolva algo sombrio, principalmente conto de fadas, que por sua essência já é infantil, então o sombrio dá um ar mais sério e adulto).
A narrativa se passa na Espanha de 1944, durante a Guerra Civil e é centrada na garota Ofélia e sua extensa imaginação. A garota se muda com a mãe que está grávida para um acampamento de guerra, pois a mãe se casa com o comandante, este, um homem violento e preconceituoso. Ao chegar no acampamento, Ofélia percebe que seus dias de vida ali estão condenados.
Na sua nova moradia, Ofélia descobre um labirinto e junto com essa nova descoberta, algumas criaturas que irão acompanhá-la e ao mesmo tempo atormentá-la, dentre elas, um fauno. Por ela ter um histórico de imaginação extremamente fértil, já que está sempre carregando livros de conto de fadas, passamos a questionar o quanto o que Ofélia está vivenciando com aquelas criaturas é real.
A sua relação com o fauno começa amigável, já que para a garota, ter contato com o que ela lia nos livros é uma fuga da sua realidade. Depois torna-se uma relação de submissão, já que segundo o fauno, Ofélia é a reencarnação da princesa de um reino perdido e a missão do fauno é ajudá-la a voltar para seu reino, mas para isso, ela precisa passar por algumas tarefas. Enquanto cumpre as ordens da criatura, a mãe de Ofélia adoece é aí que está o clímax e questionamento do filme. Ao ter que cumprir as tarefas impostas pelo fauno, Ofélia percebe o quão submissa está entre os dois mundos: tanto o da realidade quanto o da fantasia.
Ao longo da narrativa, percebemos que a inocência de Ofélia consegue sempre prevalecer em contraste com a realidade dura de um país em guerra. Não só a realidade no acampamento atormenta a personagem, como o mundo do conto de fadas em que ela está destinada a retornar também. Os dois mundos são difíceis e isso é uma questão de escolha.
O filme tem uma aura melancólica e nada infantil. Eu não diria que é um filme para o público infantil, pois as questões tratadas vão além da inocência de uma criança. O filme mostra que a realidade é dura sim e que muitas vezes tentar fugir, não muda a situação. E que a escolha tem um poder muito forte, a escolha entre o fugir e o ficar, entre a submissão e a liberdade.
Nota: 4\5
Leia outras resenhas de filme escritas pela Elisa como a de Interestellar e a de Gilbert Grape - Aprendiz de Sonhador.
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